quinta-feira, 5 de julho de 2012

O conto da origem da MULHER (POR BÁRBARA NUNES)

Mulheres

Antes mesmo do cristianismo, a mulher já era vista como a verdadeira tentação, desvio de caminho, musa da persuasão, amante do demônio e tantos outros adjetivos tão marcantes. Não foi a Eva que começou essa peregrinação do mal estendendo graciosamente a maça a Adão. Os homens sempre ingênuos eram ludibriados pela beleza encantadora da mulher. Seus encantos sempre foram superiores à força do ser que elas deviam reverência.

Pandora, antes mesmo de Eva, trouxe ao mundo todos os males abrindo uma caixa proibida. Epimeteu, tão puro, acreditou em sua esposa. Não deu ouvidos ao irmão que via tudo e sabia que a “mulher” não prestava... Na mitologia grega, Pandora teria sido a primeira mulher criada. Hefesto (deus do fogo, dos metais e da metalurgia) e Atena (deusa da guerra, da civilização, da sabedoria, da arte, da justiça e da habilidade) auxiliados por todos os deuses e sob as ordens de Zeus, dariam vida a esse ser. Cada um lhe deu uma qualidade. Recebeu de um a graça, de outro a beleza, de outros a persuasão, a inteligência, a paciência, a meiguice, a habilidade na dança e nos trabalhos manuais (típico, não?). Hermes, porém, pôs no seu coração a traição e a mentira. Ó dó.

E Madalena? Maria Madalena, hoje vista como santa em uma ou duas religiões, antes era apenas uma mulher mundana, àquela de todos os homens. Mas, nessa história, por incrível que pareça, não consegue persuadir e é convertida pelo Senhor. Amém. Menos mau para eles. Mas, um pouco antes vale lembrar que queriam lhe atirar pedras no meio da praça. Seus próprios cobiçadores lhe rejeitando.
Parece medo. Deles próprios.

“Atrás de um grande homem há sempre uma grande mulher”. Belo provérbio. Porém, esses grandes homens têm uma “leve” ligação ao dinheiro, ao poder. Ao mal?

Em forma de rosa as mulheres têm a função de encantar, e mesmo de hipnotizar os homens, levando-os a um mar de espinhos, que não se encontra por baixo de suas saias. Ó dó.

Ser fraco, volúvel, fácil de levar. Mulheres? Nem pensar. Falo deles. Tanta virilidade... Orgulham-se de sua força braçal, mas acabam caindo sem êxito nas graças das impuras, falsas e lindas damas.

Sabe impor-se, mesmo em momentos de submissão, com gestos e voz envolventes. Não cai em seus encantos não quem não tem amor à vida, e sim quem tem.

“A mulher é um animal que não é seguro nem estável”, disse Santo Agostinho. Mas, pra quê entregar-lhes estabilidade se os próprios não saberiam o que fazer com ela?

Ó dó.

Dedico a nós. Força e delicadeza.
por Bárbara Nunes

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